quarta-feira, 17 de setembro de 2008

RAIO-X. SANGUE NOS OLHOS. UM DIA AGNÓSTICO DIRETO DA BOLÍVIA

Tem dias que eu olho em volta e não entendo um caralho. Hoje é um desses dias. Ontem também foi. E anteontem.


Minha vista está turva. O sono atrasado. A cabeça em outro lugar. Dor nela. Dor no peito. Checap.


Aí o doutor nelsãm pergunta algumas vezes se eu tô entendendo a extensão do meu problema.

Sim.


Tendência a diabetes, tendência a triglicérides, tendência a colesterol alto, tendência a alguma coisa hepática, tendência a sinusite. Em resumo, tendência autodestrutiva. Esporte e dieta resolvem? Dá tempo ainda?

Sim. Peixes de águas profundas, frango sem pele, nada de doces, salgados, frituras e álcol, mais frutas, menos laticínios, nada de queijo amarelo e outras gorduras. Crie o hábito de almoçar e lanchar. Low drugs. Volte a nadar. Gaste menos gasolina. Caminhe mais. Nenhuma novidade.

E essa mancha embaixo do pulmão?





Enfim feita ao doutor. Pergunta curta, simples, mas que eu me fazia há exatos 23 dias. Da hora que levantava até a hora de levantar outra vez. Uma mancha escura, disforme e gritante que invadiu o raio-x do meu pnêumotórács. E que passou a doer desde então. E que me fez pensar em tudo que existe de pior na face da terra. E que já devia estar aqui faz tempo, agindo, crescendo, encomendando a passagem solitária para bem longe dos meus amores e amigos. A mancha que não me permitiria honrar minha dívida sagrada, pouco deixando restar então à minha filha e dando assim por encerrada essa boba história minha.



Essa aqui no estômago?

...

Nada não. É só um pum encausado. Gases.


E assim descobri que além de todas as minhas loucuras, de todos os meus problemas e tendências, pásmem, eu também sofro com a crise da bolívia.

terça-feira, 16 de setembro de 2008